Preguiça é o desejo de não ser afetado pelas coisas. O desejo pode ser de ficar em paz, mas acaba se tornando preguiça. Algumas vezes pode ser em decorrência de alguma mensagem inconsciente desenvolvida na infância de que “se importar não é bom”.
O medo excessivo nos faz sentir incômodos, dessa maneira o medo de não cumprir o que planejamos ou propusemos a fazer nos paralisa. Consequentemente, procuramos algo que nos traga paz e conforto.
A preguiça nos remete a isso juntamente com a atitude de deixar as decisões e ações para o futuro. Dessa forma, evita-se o fracasso. Pode sinalizar um medo de dar o próximo passo e crescer.
A procrastinação é uma das formas da preguiça, causada por não ter força de vontade para terminar uma tarefa pendente. Essa não resolução gera um grande peso na vida da pessoa, pois atrasar o dever não diminui a angústia e a preocupação, pelo contrário, a pessoa acaba vivendo com altos níveis de estresse e ansiedade, afetando a si próprio e as pessoas a sua volta.
A procrastinação é apontada como o principal mal entre os estudantes universitários, a preocupação excessiva com a própria capacidade de fazer as coisas corretamente, a falta de interesse na tarefa, a falta de organização ou até mesmo dificuldades na organização das atividades.
Pode estar associada a aspectos como autoeficácia, impulsividade, baixo autocontrole e organização, as crenças inconscientes que o indivíduo tem sobre si e sobre a tarefa a ser realizada. Em alguns casos, pessoas com altos índices de exigência de si, que superestimam sua capacidade, percebem a dificuldade que a realidade impõe, entendem que vão precisar de mais tempo do que gostariam, ou do que achavam que precisariam e evitam o confronto com a realidade.
Outros aprenderam a se poupar, a não confiar no seu potencial desde pequenos, por terem pouco crédito familiar. Quando percebem o trabalho que dá estudar, se desenvolver, se organizar, se haver com o os gaps educacionais, precisam rever essa crença que seria tudo mais rápido e fácil como na sua imaginação.
Por exemplo, sempre esperar o momento certo para estudar é um hábito perigoso que pode levar à depressão, ansiedade extrema e estresse, além dos prejuízos de desempenho acadêmico, influenciando fortemente a aprendizagem. Isso vale para todo o tipo de tarefa.
Claro que a preguiça também pode ser bem vinda, pausas são importantes, se permitir ter momentos de prazer sem culpa também é extremamente necessário.
Por que a vida é essa arte do balanço entre prazer e fazer.
Mas penso que a frequência com que a preguiça aparece é um importante sinal emocional:
caso você se perceba a maior parte do tempo procurando desculpas para agir, esperando sempre o momento certo para tomar decisões e ações, ansioso com as tarefas a cumprir, atrasando prazos importantes, perdendo oportunidades de crescimento, acredito que é a vida, de forma crua, mostrando que é hora de pedir ajuda.
É possível esse balanço!